Muitas vezes repreendemo-nos por nos sentirmos sem ânimo, sem vontade, por estar tristes, entediadas, enfim... Acabamos nos ciclos de culpa por tudo, e isso não nos ajuda em nada...
Dia 29/12/18 perdi meu amado Rottweiller, chamado Brutus, que estava conosco há dez anos. Foi nosso primeiro filho, chegou antes das meninas, e sempre nos foi fiel, leal, amigo, companheiro...
Teve uma morte inesperada, pois sempre foi um cão forte, bem cuidado e bem nutrido, além de muito amado. Se alimentou ao meio dia, e teve a maldita "torção gástrica", comum em cães de grande porte. Quando isso ocorre, o estômago do animal vira, impedindo a passagem do alimento para o intestino e o vai fermentando e inchando o abdômem. Quem percebeu foi meu marido. Notou que ele tentava vomitar e meio que chorava, observou o aumento do estômago e por ser véspera de feriadão quase nenhuma clínica ou hospital tinha disponibilidade. Acabamos correndo pra uma no outro bairro, mas eu estava indo mais porque ele tinha infecção no ouvido que precisava ser tratada. Não acreditei que pudesse ser isso. Só que com o tempo do deslocamento e do atendimento, eu percebi o abatimento dele e o aumento visível e rápido de seu abdômem.
Fez uma cirurgia às pressas, os exames de sangue mostraram que ele já estava entrando em choque. Assim como nós ficamos em choque ao saber que a probabilidade de óbito era muito grande.
Depois de 5 horas de espera angustiante, ele sobreviveu à cirurgia complicadíssima e se manteve estável, o que nos deu esperança de que tudo ia ficar bem não importa quanto custasse...
Na manhã seguinte fomos os quatro fazer a visita. Ele estava mega abatido, mal reagia. Mexeu os olhos quando falei com ele, mas foi só. Ao meu marido respondeu com um abano de rabo. Estava estável, mas abatido. O corte foi do peito até a virilha...
Saímos mais uma vez esperançosos de que na visita da tarde ele estaria melhor.
Aguardamos mais de 40 minutos para ser chamados, e quando o veterinário nos chamou, veio a bomba: Ele acaba de falecer... Tentei me manter forte pois minha filha pequena estava comigo, mas não me contive ao ver o corpo do meu amado animal pela última vez...
Foi e está sendo uma dor imensa... Um vazio sem fim... Ele era espaçoso, presença constante, companhia fiel... Tenho sofrido muito por essa partida inesperada, e me vigiado para que essa perda não seja um gatilho para me derrubar mais uma vez...
Eu quis registrar tudo isso, cada detalhe, porque isso ainda dói muito em mim...
Meu esposo que é a única pessoa capaz de entender essa perda, tenta me animar, me consolar... Mas eu não quero consolo. Eu quero sentir a tristeza imensa e a saudade que me arrebata cada vez que abro a a porta e não o vejo...
Cada vez que vou pro pátio e ele não deita ao meu lado... Cada vez que preciso passar entre a porta e a geladeira sem dizer "-Sai Brutus!!!"
Sei que o processo de luto ocorre assim comigo:
- choque
- negação
- revolta
- tristeza
- conformidade
- saudade
- gratidão
E eu preciso me permitir vivenciar cada fase desses sentimentos.
E O DESAFIO DE HOJE É ESSE: se permitir viver os sentimentos que te incomodam, chorar o que for preciso, rir do que for engraçado, suspirar quando a saudade apertar....
SEM CULPA!
É melhor sentir essas emoções do que não sentir nada!
Uma homenagem ao amigo mais fiel e verdadeiro que eu já tive: Brutus Haus Schimidt
DESAFIO EXTRA: Sexta-feira é dia de pátio de áreas, então recolha coisas que estão espalhadas e jogue no lixo tudo que não está usando!
Essas doces imagens que estou usando aqui no blog são de autoria da Beatriz França, criadora desta personagem "Bia Pof".